17 Setembro, 2024 0 comment

Otimismo: O Combustível para uma Liderança Inspiradora

Num mundo marcado pela volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade (VUCA), a forma como os líderes enfrentam estes desafios é decisiva para o futuro das suas organizações. A chave está em escolher ver ameaças ou oportunidades. Os líderes podem ignorar as transformações à sua volta e manter estratégias rígidas, ou podem adaptar-se, demonstrar agilidade e resiliência, transformando desafios em oportunidades.

 

imagem: Freepik

O otimismo permite que os líderes vejam as dificuldades como oportunidades de aprendizagem e melhoria, o que é crucial para alcançar o sucesso. Esta abordagem otimista, ancorada no realismo, permite enfrentar as adversidades de forma mais construtiva e estratégica.

A influência do otimismo não se limita à liderança; o seu impacto positivo estende-se a toda a organização. Colaboradores que trabalham num ambiente onde o otimismo é promovido tendem a apresentar maior satisfação no trabalho, mais empenho e uma performance aprimorada. Estudos revelam que o otimismo organizacional está associado a um aumento na criatividade, inovação e na capacidade de explorar soluções para problemas complexos. Este ambiente propício gera uma cultura empresarial que motiva as equipas a darem o seu melhor, contribuindo para o sucesso global da organização.

Os CEO que responderam ao inquérito “CEO Winter 2024 da Fortune/Deloitte” indicaram um otimismo crescente em relação ao desempenho das suas próprias empresas e indústrias, bem como da economia global. Indicam também planos para impulsionar o crescimento, apesar das preocupações contínuas relativamente ao potencial da instabilidade geopolítica perturbar os negócios.

Entre os líderes inquiridos, 27% dizem estar otimistas em relação à economia global, em comparação com apenas 7%, no inquérito do Outono de 2023, e 12%, um ano antes. O pessimismo em relação à economia global desceu para 24%, contra os 76% de há 18 meses. Os CEO estão cada vez mais otimistas em relação às suas organizações, com 22% a reportarem um elevado otimismo.

 

fonte: Winter 2024 Fortune/Deloitte CEO survey

 

Podemos assim afirmar que para que uma organização adote uma cultura de otimismo, é essencial que esta comece no topo. Os líderes devem servir de exemplo, mostrando que é possível enfrentar adversidades com uma mentalidade positiva. Ao promover esta atitude, ajudam os colaboradores a lidar melhor com as mudanças, criando uma cultura organizacional onde o otimismo é integrado no dia-a-dia. Esta prática não é apenas benéfica para o bem-estar dos colaboradores, mas também é estratégica para aumentar a retenção de talento e a inovação. Líderes otimistas atraem outros indivíduos com a mesma mentalidade, o que facilita a criação de equipas mais coesas, inovadoras e capazes de enfrentar desafios com confiança. Empresas que cultivam essa cultura de otimismo tornam-se mais atrativas para os melhores talentos, algo fundamental num mercado de trabalho competitivo.

A título de exemplo, considere-se o recente estudo “Atrito e Retenção de Talento”, realizado pela AESE Business School, que revela grande insatisfação por parte dos executivos entre 40 e 55 anos. Segundo os inquiridos, as chefias tóxicas são o principal problema apontado pela maioria dos 73,3% que querem sair das empresas onde trabalham. Seguem-se a cultura empresarial tóxica (58%), a falta de perspetivas de carreira (41,8%), a falta de reconhecimento (39,5%) e a remuneração baixa (38,3%).

O otimismo, além de ser uma característica valiosa, pode ser desenvolvido e fortalecido, assim como a resiliência e o foco em soluções. Com a ajuda de consultores especializados em recrutamento e desenvolvimento de liderança, as organizações podem criar programas de formação que promovem o otimismo como uma competência essencial. Estes programas capacitam líderes a cultivarem uma mentalidade otimista, ajudando a construir equipas mais resilientes e preparadas para enfrentar incertezas com soluções inovadoras.

 

 

No final, o otimismo não é apenas uma qualidade pessoal, mas uma poderosa vantagem competitiva quando incorporado na cultura organizacional. Empresas lideradas por otimistas têm maior capacidade de adaptação, atraem e retêm talentos de qualidade e criam ambientes de trabalho que favorecem a inovação. Ao promover uma liderança otimista e resiliente, as organizações posicionam-se melhor para navegar os desafios do mundo moderno, garantindo o seu sucesso a longo prazo.

 

Artigo de Sérgio Almeida, em parceria com o semanário Vida económica.

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