18 Outubro, 2023 0 comment

A Valorização da Diferença: Diversidade, Equidade e Inclusão

Num mundo complexo, onde as organizações são cada vez mais globais, é fundamental integrar a diferença e, nesse sentido, o “DEI” assume uma importância especial. 

 

foto: Denouncefy

 

“Diversidade, Equidade, Inclusão (DEI)” são três valores profundamente interligados em muitas organizações que trabalham para apoiar diferentes grupos de indivíduos, de forma a que o seu potencial e talento não seja limitado pelas suas diferenças. Respeitar os valores “DEI” não significa abandonar uma cultura de mérito, muito pelo contrário. 

Todos nós sabemos, intuitivamente, que a diversidade é importante. No entanto, vários são os estudos que têm comprovado que empresas diversas, equitativas e inclusivas são mais capazes de responder aos desafios, conquistar os melhores talentos e atender às necessidades de diferentes bases de clientes. 

Antes de avançar com este tema, é importante esclarecer as diferenças entre os valores “DEI”. Quando nos referimos à Diversidade, tendemos, naturalmente, a pensar em género, idade e etnia. Contudo, este conceito vai mais além. No contexto organizacional, é fundamental a diversidade de pensamento, só desta forma poderemos ter equipas mais criativas e organizações inovadoras.

No que respeita à Equidade, este termo refere-se ao tratamento justo para com todas as pessoas, de maneira a que as normas, práticas e políticas em vigor garantam que a identidade não seja limitadora de oportunidades ou resultados no local de trabalho. A equidade difere-se, portanto, da igualdade de uma maneira subtil, mas importante. 

A Inclusão refere-se a como as pessoas experienciam o local de trabalho e o grau em que as organizações abraçam todos os funcionários e permitem que eles façam contribuições significativas. 

 

imagem: LinkedIn

 

Mas, afinal, qual a importância dos “DEI” nas organizações? 

De acordo com a McKinsey no seu estudo “Diversity wins: how inclusion matters”, são cinco os grandes benefícios: 

1) Atração e retenção de talento: as organizações que monitorizam o perfil demográfico dos colaboradores são mais capazes de reter os melhores, garantindo, ao mesmo tempo, que o potencial diverso não seja perdido. 

2) Melhorar a qualidade da tomada de decisões: a diversidade traz múltiplas perspetivas, em momentos em que são necessárias habilidades e visão aprimorada para a resolução de problemas. 

3) Aumentar a inovação e perceção do cliente: equipas diversas são, normalmente, mais inovadoras e melhores em antecipar mudanças. 

4) Impulsionar a motivação e a satisfação dos colaboradores: pesquisas na América Latina mostraram que as empresas comprometidas com a diversidade têm 75% mais probabilidade de implementar uma cultura de trabalho em equipa

5) Melhorar a imagem global da organização: as empresas que conseguem manter ou aumentar o seu foco na inclusão e na diversidade, durante as crises, estão preparadas para evitar consequências como a dificuldade em atrair talentos ou a perda de clientes e de apoio governamental. 

 

No caso da Google, foi efetuado um estudo na área de IT, onde concluíram que 69% dos colaboradores acreditam que iniciativas do “DEI” têm alto impacto no desenvolvimento dos colaboradores, 60% apontam para melhorias mais significativas a nível da performance das empresas e 26% discordam que os grupos menos representados devem ser beneficiados.    

 

imagem: Google

 

Uma cultura organizacional focada no mérito pode (e deve) significar também a integração do “DEI” no dia-a-dia da empresa, o que trará, sem dúvida, muitos benefícios. Entre eles, contam-se: o incentivo aos jovens profissionais a partilharem as suas ideias com confiança, o que acabará por beneficiar o negócio; mudanças mais rápidas que levarão à promoção das mulheres e o apoio à flexibilidade laboral, pois, no geral, os colaboradores ficam menos focados em títulos e idade e mais orientados a trabalharem em equipa e executar melhor. 

No fundo, apesar das nossas diferenças, apenas nos interessa uma coisa: cumprirmos com o nosso propósito, enquanto indivíduos e organizações, não perdendo de vista a ética, os valores e o mérito.


Artigo de Sérgio Almeida, em parceria com o diário Vida Económica

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