Pequenos Gigantes: Estratégias para Elevar a Produtividade das Micro e PME
Micro, pequenas e médias empresas (PME) são a espinha dorsal das economias mundiais. Estas organizações representam mais de 90% de todos os negócios, aproximadamente metade do valor criado e mais de dois terços do emprego empresarial. Contudo, uma das grandes barreiras que enfrentam é a produtividade, que, em média, é metade da observada nas grandes empresas.
fonte: imonkey
Desafios de Produtividade das Micro e PME
As Micro e PME variam imensamente em tamanho e atividade económica, podem ser constituídas por apenas um trabalhador autónomo até uma empresa de software com 250 colaboradores. Este vasto leque implica que as estratégias para melhorar a produtividade sejam igualmente diversificadas e adaptadas a diferentes contextos económicos e setoriais. É necessário estudar estas empresas ao pormenor, para identificar oportunidades específicas de aumento de produtividade. Sendo possível impulsionar a prosperidade a longo prazo, as Micro e PME desempenham um papel essencial neste processo, especialmente num momento em que se verifica uma reconfiguração dos padrões globais de comércio e da geopolítica.
A Importância das Micro e PME na Economia Global
No contexto global criam um valor económico significativo, contribuindo para cerca de metade do PIB global. Este contributo varia de país para país, sendo superior a 60% em países como Portugal, Israel e Itália. Para além disso, estas empresas são também grandes empregadores, representando aproximadamente 40% do emprego total e 70% do emprego no setor empresarial. Em economias emergentes, como o Quénia, este impacto é ainda mais acentuado, com as Micro e PME a empregarem 80% da força de trabalho empresarial.
fonte: McKinsey & Company
Estratégias para o Sucesso
As microempresas, em particular, têm índices de produtividade menores em comparação com outras PME. Isto significa que, em termos de valor acrescentado por trabalhador, estão ainda mais distantes das grandes empresas. Em economias emergentes como o Quénia, Brasil e México, esta disparidade é ainda mais pronunciada. Por outro lado, em economias mais avançadas como Portugal, Polónia e Israel, as microempresas também enfrentam desafios significativos, mas têm mais oportunidades para melhorar a sua produtividade, através de políticas eficazes e apoio estruturado.
Digitalização: Uma estratégia eficaz para aumentar a produtividade envolve a digitalização e a adoção de novas tecnologias. A digitalização permite que melhorem a eficiência operacional, reduzam custos e tenham acesso a novos mercados. Investir em tecnologia pode ser desafiador para pequenas empresas, devido aos custos iniciais, mas os benefícios a longo prazo são significativos. O apoio governamental, através de subsídios e programas de financiamento, pode ser crucial neste processo. Formação e Desenvolvimento de Competências: outra estratégia vital é investir na formação e desenvolvimento de competências dos colaboradores. Programas de formação contínua e desenvolvimento profissional podem aumentar, significativamente, a produtividade, permitindo que os trabalhadores se adaptem às novas tecnologias e processos de trabalho mais eficientes. Colaboração e Redes de Negócios: as Micro e PME podem também beneficiar da colaboração com outras empresas e da integração em redes de negócios. Estas parcerias podem proporcionar acesso a recursos, conhecimento e mercados que, de outra forma, seriam inacessíveis. Por exemplo, parcerias com grandes empresas podem ajudar a integrarem-se em cadeias de valor global. Acesso a Financiamento: o acesso a financiamento é outro fator crucial. Muitas empresas enfrentam dificuldades em obter crédito, o que limita a sua capacidade de investir em tecnologia e expandir operações. Melhorar o acesso a financiamento, através de instituições financeiras e programas de apoio, pode ajudar a superar este obstáculo.
Em resumo, ao apoiar estas empresas, estamos a investir num futuro económico mais robusto e resiliente para todos. Aumentar a produtividade é essencial para fortalecer a economia global. Através de estratégias como digitalização, desenvolvimento de competências, colaboração empresarial e acesso a financiamento, as Micro e PME podem não só reduzir a lacuna de produtividade, em relação às grandes empresas, mas também contribuir de forma significativa para o crescimento económico sustentável e inclusivo. Podemos assim dizer que o tamanho não importa quando o caminho é o futuro, não interessa se somos grandes, pequenos ou até micro, a missão de uma empresa não se mede apenas por dados e números. Os resultados são uma consequência de um propósito maior, de uma visão que agrega e une os vários stakeholders. Veja-se a história de Rui Nabeiro e da Delta, em 1961, na vila de Campo Maior, dentro de um pequeno armazém de 50m2, começou o seu próprio negócio com a torra de 30 quilos de café por dia. E assim se criou a marca de café mais conhecida dos portugueses.
Artigo de Sérgio Almeida, em parceria com o diário Vida Económica.
