Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa: o novo compromisso das organizações
Sumário:
A sustentabilidade e a responsabilidade social corporativa são temas cada vez mais relevantes, no mundo empresarial. As organizações enfrentam, atualmente, desafios ambientais, sociais e éticos, que exigem uma abordagem comprometida e responsável. Perceber as tendências emergentes e os seus compromissos, unindo pessoas e negócios, é o caminho para as empresas enfrentarem os desafios do futuro.
Foto: Powell Software
A Transição para a Nova Economia
Em 2023, a transição para uma economia circular e sustentável ganha destaque nas agendas das organizações. A interrupção simultânea causada pela pandemia, em quase todos os países do mundo, forçou as sociedades e organizações a um momento de pausa e reflexão sobre o que realmente importa e tem valor. Criar uma dinâmica empresarial com um novo espírito exige uma definição mais abrangente de sucesso, onde as pessoas e os negócios têm de seguir juntos.
Sob a égide da iniciativa Great Reset do World Economic Forum, foi elaborado o Dashboard for a New Economy, que descreve uma estrutura geral para metas macroeconómicas, além do crescimento do PIB – um painel para uma nova economia – para servir como ponto de partida de debate e convergência de metas e abordagens entre governos e responsáveis económicos de todo o mundo.
É interessante perceber que esta proposta do World Economic Forum (WEF), apresentada aos governos para que evoluam na forma como medem, atualmente, a riqueza de um país, poderá, com as devidas diferenças, ser também aplicada às organizações. Equilibrar pessoas, planeta, prosperidade, instituições e reconhecer as suas interligações, é o foco da estrutura proposta pelo WEF, que deve ser consistente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e as dimensões ESG propostas pelo International Business Council. Esta visão holística, necessária para o futuro das organizações, pretende equilibrar a “resiliência financeira” com outros fatores, tais como a “resiliência natural” (planeta), onde as emissões de CO2 e o impacto no meio ambiente são importantes, juntando a estas duas dimensões as instituições e a “resiliência social”. Sobre esta última, é importante identificar o capital humano, a educação e o desenvolvimento de novas competências, como pilares fundamentais para o crescimento organizacional sustentável.
Imagem: Dashboard for a New Economy – World Economic Forum
A importância do ESG (Environmental, Social and Governance) nas empresas
A transparência e sustentabilidade nas práticas empresariais é uma necessidade atual e crescente dos consumidores, colaboradores e acionistas. As organizações estão cada vez mais comprometidas nas questões ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG), permitindo que os stakeholders avaliem o desempenho das empresas, em relação a metas sustentáveis e responsáveis. Os fatores ambientais incluem questões relacionadas com a mudança climática, uso de energia renovável, emissão de gases de efeito estufa, poluição, gestão de resíduos, conservação de recursos naturais, entre outros. Os fatores sociais consideram a ética empresarial, a gestão de relações com stakeholders, a diversidade e inclusão, os direitos humanos, as práticas trabalhistas justas, a saúde e segurança do trabalho, entre outros. Já a governança corporativa abrange aspetos como a transparência, a prestação de contas, o gerenciamento de riscos, a independência dos conselhos de administração, a remuneração dos executivos, entre outros. Empresas que se preocupam com ESG tendem a ser mais conscientes do seu impacto social e ambiental, além de apresentarem melhores práticas de gestão e governança.
Um dos exemplos (bons) desta nova forma de estar nos negócios, é o caso da Uber, que se comprometeu a tornar-se uma plataforma de mobilidade de emissão zero, até 2040. O caso da Starbucks Middle East, é um bom exemplo de como uma marca já bem estabelecida pode evoluir para uma transformação sustentável. Com o objetivo de reduzir as emissões de carbono e o desperdício, a empresa também aumentou a sua oferta à base de plantas da região e está a mudar para embalagens reutilizáveis e lojas mais ecológicas. Assim, incentiva os seus parceiros e clientes a juntarem-se à sua jornada de sustentabilidade em 9.000 lojas Starbucks, na região.
Imagem: The Giving Machine
O mundo evoluiu rápido, nos últimos anos, tal como evoluíram as necessidades e exigências dos nossos clientes, parceiros e colaboradores. Cuidar da sustentabilidade das pessoas, do planeta e dos negócios, é o atual desígnio das empresas. Hoje, já não basta ter lucro. É fundamental gerar riqueza interna, mas também para as comunidades.