Welcome to 2024! Ano novo, velha atitude? Saiba porque não funcionam os desejos
Ao despedirmo-nos de um ano e darmos as boas-vindas ao novo, é comum fazermos resoluções para o ciclo que se inicia. Contudo, muitos de nós já experienciaram a frustração de ver essas intenções desvanecer, rapidamente, cedendo lugar às antigas rotinas. Porque será que isto acontece?
Antes de nos lançarmos de cabeça nas resoluções do novo ano, é crucial dedicarmos um momento ao reflexivo balanço do ano que se encerra. Este exercício introspetivo permite-nos avaliar, conscientemente, os triunfos e desafios que moldaram os últimos doze meses.
Entender onde está
Avalie a condição atual da sua vida e do seu negócio. O que conquistou nos últimos anos? Uma análise dos dados torna a questão mais concreta. Identifique as áreas onde teve sucesso, bem como aquelas onde não se saiu tão bem. Os pontos fortes e fracos permitem que escolha como pode moldar o seu objetivo.
Considere a Matriz de Análise SWOT, que lhe permite entender que os objetivos são influenciados por forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Esteja consciente do que pode tornar os seus objetivos desafiadores e também mais fáceis de alcançar.
Conhecer as razões
Mas, afinal, porque não funcionam os nossos desejos? Partilho algumas das razões que explicam porque não funcionam as nossas resoluções de ano novo:
Uma emoção não é um propósito. Na contagem decrescente para o ano novo as emoções estão ao rubro, acreditamos que “desta vez é que vai ser”, por cada uva passa pedimos um desejo, olhamos à nossa volta e sentimos que tudo está alinhado para acontecer. Desta vez sim, o universo vai ajudar. Não funcionou? Na verdade, sem o propósito, o sentido de missão, o acreditar nos nossos sonhos, é difícil ter o combustível necessário para atingir o sucesso. Qual é o seu propósito?
A verdadeira decisão vem de dentro e não de fora. Normalmente, entramos neste jogo de desejos na passagem de ano, porque alguém lá no fundo da sala grita “está quase a chegar a meia noite, vamos comer as uvas passas e pedir 12 desejos”, ou porque, simplesmente, esta é a época de o fazer. Temos, portanto, de acordo com a tradição, que definir o que queremos para o ano novo, mas a iniciativa foi nossa? Não. Por isso, é mais difícil atingir algum objetivo ou meta, quanto mais um desejo… se não veio de dentro, não vai ficar dentro. Acredite!
Uma resolução não significa uma ação. Tomamos uma resolução de ano novo, temos a certeza de que, desta vez, será assim. A questão que se coloca é que no dia-a-dia, com os desafios normais que se colocam e que nos tiram do caminho traçado, percebemos que, na realidade, criamos na nossa cabeça um cenário que não estamos a cumprir. Falta colocar em ação, fazer, arriscar, errar e corrigir, cair e levantar, seguir em frente. Se não agirmos não conquistamos. Ponto final.
O ano novo não significa uma atitude nova. Porque mudou o ano não significa que tudo vai mudar, especialmente, quando mantemos a nossa “velha” atitude resmungona, pessimista, focada nos problemas. Seria fantástico manter a atitude negativa e ter resultados positivos, certo? Pois, o Natal já passou e, nesta altura do ano, já não temos direito a mais prendinhas. Quer ter sucesso em 2024? Então inicie o ano com uma atitude (ainda) mais positiva, seja feliz, celebre a vida e valorize tudo o que já conquistou. Acredite que é muito.
Definir os objetivos
Um desejo não é uma meta. Desejar “algo” simplesmente não é suficiente para o conquistar. O correto seria definir uma data, uma estratégia e um plano de ação para superar determinado desafio. Ter uma meta implica ter um foco, uma data, um caminho a seguir. Tudo o que não se pode medir, não se pode controlar. Trabalhe com metas e não com desejos.
Considere o modelo SMART para a definição de metas. Tenha em atenção que cada um dos passos é:
- Específico: o seu objetivo não deve ser ambíguo. Concentre-se exatamente no que espera alcançar.
- Mensurável: acompanhar progresso mantê-lo-á motivado e no caminho certo. Identifique como saberá que a sua meta foi concluída e o que precisa ser feito entre o início e o fim.
- Atingível: Crie metas fundamentadas na realidade. Seja realista e honesto consigo mesmo. Reconheça as suas capacidades, mas também as suas limitações.
- Relevante: Pense em como se beneficiará ao atingir o seu objetivo. É importante garantir que os objetivos nos quais investe são relevantes.
- Temporal: Defina o início e o fim, foque nas metas de longo prazo, mas também de curto prazo, vale a pena comemorar cada passo, à medida que se aproxima dos resultados finais.
Que este ano novo seja mais do que uma lista de desejos; que seja um compromisso genuíno de nos tornarmos a melhor versão de nós mesmos, um passo de cada vez.
Artigo de Sérgio Almeida, em parceria com o diário Vida económica